terça-feira, 19 de outubro de 2010




Arquitetura e o Expressionismo - Parte II


            
Na arquitetura o Expressionismo não se constituiu em um movimento arquitetônico, propriamente, na medida em que não se formaram grupos culturais ou se propiciaram atividades comuns.  Foram os arquitetos apenas incentivados pela contigüidade com movimentos de outras artes e pela inexistência de tipos arquitetônicos preestabelecidos para os novos programas, o que indicava o caminho da experimentação. A cultura alemã das primeiras décadas é extremamente crítica da sociedade, seguindo o viés socialista, o que virá a ser uma característica marcante, vendo a arquitetura como uma ferramenta para a melhora da vida social. Nos anos trinta, o radicalismo do partido nazi vai tornar aguda a crise que precipitaria o fim da tendência.

Ligados ao expressionismo, temos alguns grupos de grande relevância cultural: oArbeitsrat für Kunst (Grupo de Trabalho pela Arte) – criado 1818, que almejava um atividade política através da arte, o Novembergruppe (Grupo de Novembro) referente a novembro de 1918, com os mesmos membros do Arbeitsrat für Kunst, porém sem nenhuma aspiração de poder político e o periódicoWendingen, revista de arquitetura publicada na Holanda de 1918 a 1936, que se tornou órgão divulgador do movimento neste país, conhecido como Escola de Amsterdã.

O expressionismo se caracteriza pela subjetividade,  experimentação formal e uso do figurativismo e da simbolização, sobretudo relacionado com a natureza, como o zoomorfismo (edifício com forma de animais) e o antropomorfismo (edifício com formas humanas). Primava ainda  pela efusão lírica, pela dissolução das normas clássicas de composição, pela exploração da plasticidade do concreto. Temos ainda a distorção, o anamorfismo e a monumentalidade (sobretudo em alguns edifícios alemães). Seus arquitetos tinham como orientação o culto da personalidade e o desenho expontâneo, de traços rápidos e fortes, com muito contraste.


Chilehaus. Hamburgo, 1923. Fritz Höger.

 Fonte: Google.


 F
ábrica de Gás. Francfurt, 1911-12. Peter Behrens. 
Fonte: 



Goetheannun. Dornach, 1924-28. Rudolf Steiner.
Fonte: 




Grande Sala de Concertos (Jahrhunderthalle). Breslau, 1913. Hans Poelzig.  
Fonte: Google.


Eventos políticos marcantes 



Jul 1914Início da 1ª Guerra Mundial entre a Alemanha, Áustria-Hungria, tendo como aliada a Turquia e a Tríplice Entente (França, Grã-Bretanha e Russia) aliadas à Bulgária, Sérvia, Bélgica, Japão, Itália, Estados Unidos, Grécia e China.
9 Nov 1918Face a derrota da Alemanha, o Kaiser Guilherme II abdica e é proclamada a república, conhecida como República de Weimar. Fim do Segundo Reich.
Jan 1919Derrota da Liga de Espártaco, movimento socialista alemão, na tentativa de sublevar Berlim. O levante foi violentamente reprimido pelos social-democratas. Os líderes Karl Liebknetch e Rosa Luxemburgo foram assassinados.
2 Jun 1919Assinado o Tratado de Versalhes que determina a perda pela Alemanha da Alsácia, a Lorena, a Posnânia, e todas as colônias.
1932As duras condições do Tratado de Versalhes e a crise mundial de 1929 determinam uma desorganização financeira crescente e registra-se o desemprego de 6 milhões de trabalhadores.
30 Jan 1933Adolf Hitler é empossado chanceler e chefe de Estado (Reichführer) com plenos poderes. Estabelece-se um regime autoritário e autárquico do Terceiro Reich.



5 comentários:

  1. O expressionismo é interresante, resalta o real exterior e interior. Como no Chilehaus, possuí a aparência de um Navio e também exalta a sua imponência, grandiosidade..

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  2. O expressionismo também teve outros grandes campos, como na arquitetura, artes plásticas, literatura, música, sinema, teatro, dança, fotografia...

    Safira Mônica Gatto

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  3. Assim como na arte a arquitetura expressonista aparece com inovações, faz uso de materiais modernos, tijolos, aço e vidro, o que facilitavam as formas inovadoras das construções.

    Um exemplo de arquitetura expressionista moderna é a Ópera de Sydney.

    Angelica Vargas

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  4. além de carregada de ornamentos, é uma arquitetura que transmite informações.
    o que a Angelica disse é verdade, porém, ainda havia uma certa dificuldade em trabalhar com esses materiais, pois tinha uso com exaustâo do tijolo.

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  5. No expressionismo, me admira a forma como os arquitetos não se prendiam as formas, ao racionalismo, esboçavam seus desenhos livremente pensando na possibilidade de serem construídos, não se importando se realmente o seriam. Essas formas distorcidas, orgânicas, fazem as obras arquitetônicas parecerem que foram esculpidas.

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